14/06/2011

Sugestões de leitura para as férias

O livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive."
Padre António Vieira

Eis que se aproximam a passos largos as tão esperadas, tão desejadas férias!
Que isso não te impeça de continuar a cultivar o hábito da LEITURA!
A todos os que nos acompanharam ao longo deste ano lectivo, desejamos um bom descanso, longos banhos de mar, retemperadoras sestas à sombra dum chapéu de praia... mas sempre, sempre na companhia também de um bom livro.

Para te ajudar a descontrair, aqui ficam algumas (esperamos que boas!) sugestões.

O Bom Inverno
João Tordo, ed. D. Quixote
«Quando o narrador - um escritor frustrado e hipocondríaco - se desloca a Budapeste para um encontro literário, está longe de imaginar até onde a literatura o pode levar. Planeando uma viagem rápida e sem contratempos, acaba por conhecer um escritor italiano mais jovem, mais enérgico e muito pouco sensato, que o convence a ir com ele até Sabaudia, em Itália, onde o famoso produtor de cinema Don Metzger reúne um leque de convidados excêntricos numa casa escondida no meio de um bosque. O cinema não é, porém, a única obsessão de Don: da sua propriedade em Sabaudia levantam voo balões de ar quente estranhamente vazios, construídos como obras de arte por Andrés Bosco, um catalão cuja relação com o produtor permanece um enigma. Nada, aliás, na casa de Metzger é o que parece; e, depois de uma primeira noite particularmente agitada, o narrador acorda com a pior notícia possível: Don foi encontrado morto no seu próprio lago. Bosco toma nas suas mãos a tarefa de descobrir o culpado e de o castigar, isolando o grupo de convidados na casa e montado-lhes um verdadeiro cerco. Confrontados com os seus piores medos, assustados, frágeis e egoístas, estes começarão a atraiçoar-se e a acusar-se mutuamente, num pesadelo que parece só poder terminar quando não sobrar ninguém para contar a história.
Neste romance absorvente e magnificamente narrado, com alguns dos melhores diálogos da literatura portuguesa, João Tordo coloca a sua arte ao serviço de uma história carregada de suspense, em que o amor e a literatura se misturam com sexo, crime e metafísica, agarrando o leitor da primeira à última página.»
João Tordo
Nasceu em Lisboa a 28 de Agosto de 1975, filho do cantor Fernando Tordo e de Isabel Branco, ligada ao cinema e mais tarde à moda. Formou-se em Filosofia e estudou Jornalismo e Escrita Criativa em Londres e Nova Iorque. Trabalha como guionista, depois de ter passado pelo jornalismo, tendo publicado, entre outros, n' O Independente, Sábado, Jornal de Letras, ELLE e a revista Egoísta. Escreveu, em parceria, o guião para a longa-metragem Amália, a Voz do Povo (2008). Foi vencedor do prémio Jovens Criadores em 2001. Publicou quatro romances, "O Livro dos Homens Sem Luz" (2004), "Hotel Memória" (2007), "As Três Vidas" (2009) e "O Bom Inverno" (2010). Venceu o Prémio José Saramago 2009 com o romance "As Três Vidas".
João Tordo é influenciado pela escrita de autores como Edgar Allan Poe, Herman Melville ou Dostoievski, e pela literatura policial e de mistério, construindo narrativas dentro de narrativas e absorvendo o leitor através da imersão emocional nas suas histórias.

Ilha Teresa
Richard Zimler

A vida de Teresa muda radicalmente quando os pais deixam Lisboa para irem viver em Nova Iorque. Não estando preparada para a vida na América, com dificuldade para se exprimir em inglês, Teresa encontra refúgio no seu particular sentido de humor e no único amigo, Angel, um rapaz brasileiro de 16 anos, bonito, mas desastrado, que adora John Lennon e a sua música. Mas o mundo de Teresa desmorona-se completamente quando o pai morre e a deixa, a ela e ao irmão mais novo, com uma mãe negligente e consumista. Os problemas de Teresa confluem para um clímax de desespero no dia 8 de Dezembro de 2009 - aniversário da morte de John Lennon - quando ela e Angel fazem uma peregrinação ao Memorial Strawberry Fields Forever em Central Park. Aí, um terrível acontecimento que nunca poderia ter previsto devolve-a à vida e ao amor.
Em "Ilha Teresa", Richard Zimler conta-nos num estilo inteligente, irreverente e com uma certa dose de humor negro a história de Teresa, uma rapariga de 15 anos, sensível e espirituosa, cujo equilíbrio e sentido de identidade se vêem ameaçados quando a sua família deixa Lisboa para ir viver nos subúrbios de Nova Iorque. Num registo um pouco diferente do habitual, mas igualmente brilhante, Richard Zimler continua a maravilhar-nos pela forma convincente como nos transporta para o admirável mundo das suas personagens.


Richard Zimler nasceu em Nova Iorque em 1956. É licenciado em Religião Comparada pela Duke University e mestre em jornalismo pela Stanford University. Vive no Porto desde 1990, onde é professor de jornalismo. Traduziu para Inglês alguns poetas portugueses contemporâneos, entre os quais Al Berto e Pedro Tamen. Em 2002 naturalizou-se português.
Escreveu cinco romances desde 1996, quatro dos quais foram publicados em Portugal: O Último Cabalista de Lisboa – já aqui recomendado- best-seller em onze países, incluindo os Estados Unidos da América, Inglaterra, Itália, Brasil e Portugal - Trevas de Luz, Meia-Noite ou O Princípio do Mundo (Gótica, 2003) e Goa ou o Guardião da Aurora (Gótica 2005), o terceiro livro da série sobre diferentes ramos e gerações da família Zarco de judeus portugueses.



Dois casamentos / História de uma porta
Camilo Castelo Branco, Lisboa Editora

Camilo Castelo Branco conta-nos duas histórias de amor e sofrimento, de riqueza, traição, crime e mistério, passadas no século XIX, no tempo em que os emigrantes pobres sonhavam com um Brasil que lhes traria a fortuna e a felicidade!

Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco (Lisboa, 16.3.1825 - São Miguel de Ceide, 1.6.1890) perdeu os pais muito cedo, tendo uma infância e adolescência difíceis. De personalidade instável, casa-se aos 16 anos, depois abandona a esposa, tenta estudar medicina e, logo a seguir, direito. Uniu-se a várias mulheres no decorrer de sua vida. Por alguns meses, a religião o arrebata-o; segue então para o seminário, mas pouco tempo depois volta à boémia. As dificuldades financeiras levam-no a dedicar-se ao jornalismo, em 1848, no Porto. Em 1861, ele e a amante, Ana Plácido, são presos, acusados de adultério. Não se separam, contudo, e quando saem da prisão passam a viver juntos, sustentados apenas pela escrita de Camilo. Em 1885 recebe o título de visconde de Correia Botelho, mas isso não melhora a sua situação financeira. Em estado de crescente melancolia, ameaçado pela cegueira, suicida-se em 1890.

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Agrupamento de Escolas de Carnaxide